Espetei o pé. Justo na sola, inchou um pouco. Precisava de ajuda. Pedro era quem estava mais perto.

- Pedro ,sua unha está grande?

- Sim, estou precisando cortar.

- Preciso de uma unha grande para espremer um espinho no meu pé.

Imaginem um rosto. Um misto de nojo, surpresa, dúvida de que desculpa dar. Era a cara dele. Fiquei com pena. Dispensei a criatura.

- Deixa, Pedro, deixa. Tá tranquilo, vou dar meu jeito.

- Você acabou de me fazer compreender o significado mais amplo da palavra medo.

Meu pé nem é tão sujo assim...

A disputa pelo lugar do carona é tão grande que eu preferi  ir para o abnco de trás. Teríamos , segundo o combinado, 2 DJ´s. A sincera na ida, o sincero na volta. 

Iamos no banco de trás, eu e o sincero. Eu sem cinto. Eles, como sempre, de cinto. Ele achou dez centavos no chão. 

- Mãe , te dou dez centavos para você botar o cinto. 

- Ah, bom, por dez centavos eu boto. 

Botei o cinto e peguei, no flagra, o sincero safado guardando os dez centavos na própria carteira. Pulei!

- Opa, como é isso? Esse dinheiro não era meu?

- Mãe, pense bem, sua segurança vale muito mais do que isso. Veja quanto você ganhou!

Um cara de pau. E olha que eram dez centavos... Imagine se forem milhões? 

Estacionando no Village Mall. A sincera para mim:

S - Só carrão !

Eu - Pois é, e a gente aqui de Fox velho e engasgando.

S- Mãe, pense bem, é um estilo.

Eu - É sim, estilo decadência. Carro velho!

S- Não é velho, mãe, é vintage!

Adorei!